Sem chances de escapar, é tudo mentira, tudo desordem - nem tente limpar – Se não gosta, some / Se deseja, consome pela pele ou pelo pêlo, em cada arrepio ou devaneio. Sem mais cerimônias ela avança, vem de mansinho, arrastando as garras para unir os caminhos... e cá estamos: entrelaçados, estáticos, ocultos na mesma lembrança e no mesmo ralo. Sem querer mudar o rumo dos pensamentos, concluo: Quem é que sabe. Quem é que sabe de mim. Que caminho é esse que sei onde piso, mas não sei aonde chego porque só sigo de costas... Grande sorte a minha, em possuir o que você não tem. Assim perde a graça, quando você não liga. Quando você não sabe o que guardo, sufoco, moldo, arrisco, enfeito, recorto... Quando você não é. Não é assim...
Localizado na fronteira entre a realidade e os sonhos, sou às vezes um, às vezes outro...[ou os dois juntos], com pensamentos na cartola e alma azul... mas sempre calado.