sexta-feira, 14 de setembro de 2012
NOS JARDINS DE MARIBEL
Tem jujuba linear,
Pão de queijo, marmelo branco,
Cisne rosa pra chupá.
Lá tem coisa do avesso que faz você se engasgá.
Tem botão de uva roxa, colher de pau–a-pique, tem geléia de mamona da cerca do seu Caíque.
Nos jardins de Maribel
Dá romã, pé-de-moleque,
Dá rúcula bem vistosa, tem tumate, tem bora-bora,
dá trocinho de cogumelo pra você se elucidá.
Tem coentro laranja-cor-de-abacate, tem fiapo de rubão.
Tem docinho de butija, tem coelho e tem juá.
Nos jardins de Maribel tem procê se esbanjá
Nos iorgute, nos tempero da frô do maracujá.
Só um real você se come até se impanturrá.
Mas é culpa sua a caganêra se com leite ocê misturá.
Pão de queijo, marmelo branco,
Cisne rosa pra chupá.
Lá tem coisa do avesso que faz você se engasgá.
Tem botão de uva roxa, colher de pau–a-pique, tem geléia de mamona da cerca do seu Caíque.
Nos jardins de Maribel
Dá romã, pé-de-moleque,
Dá rúcula bem vistosa, tem tumate, tem bora-bora,
dá trocinho de cogumelo pra você se elucidá.
Tem coentro laranja-cor-de-abacate, tem fiapo de rubão.
Tem docinho de butija, tem coelho e tem juá.
Nos jardins de Maribel tem procê se esbanjá
Nos iorgute, nos tempero da frô do maracujá.
Só um real você se come até se impanturrá.
Mas é culpa sua a caganêra se com leite ocê misturá.
SEIS HORAS
A cortina cerrada, a janela entreaberta esperando a sombra com os olhos fixos no reflexo perdido da passagem do menino de mel.
Segundos mais que sagrados que contam minutos sem saber da paisagem já contam histórias perdidas na névoa do sol que vem pra raiar.
Nas ruas tão cheias e vazias de si, menino tranqüilo que pensa na vida escolhe outra esquina pra se encaminhar.
Hoje o mel não escorre, menino não passa, janela se fecha, cortina não voa, menina alegre se põe a chorar.
A tarde tão linda esgota no tempo, a lembrança dos olhos não viria por hoje e a janela fechada não quer o luar.
Segundos mais que sagrados que contam minutos sem saber da paisagem já contam histórias perdidas na névoa do sol que vem pra raiar.
Nas ruas tão cheias e vazias de si, menino tranqüilo que pensa na vida escolhe outra esquina pra se encaminhar.
Hoje o mel não escorre, menino não passa, janela se fecha, cortina não voa, menina alegre se põe a chorar.
A tarde tão linda esgota no tempo, a lembrança dos olhos não viria por hoje e a janela fechada não quer o luar.
SÓ
É isso que você me traz.
Não consigo ser quando você está.
Não abro os olhos, não pinto detalhes, não escapo entre os dedos nem rabisco meus sonhos transfigurados em dor.
Não anseio figuras, não crio conversas, não espanto os mosquitos, não cutuco rasgões nos meus dedos de flor.
Não imagino mais casas, não nado na chuva, não abro casacos, não mudo de cor.
Não espero respostas, não encontro mais rosas, não fujo do vento, não choro aos moinhos nem esqueço o pavor.
Não pulo as calçadas, não quebro as vidraças, não leio os postes, não sinto o calor.
Não perco o meu lápis, não chego atrasada, não ligo a TV, não guardo rancor.
Não vejo as estrelas, não seco as roupas, não escuto a sirene, não tenho porquês, não simulo a vida...
mas tenho o mundo quando vejo você que me enche de amor
Não consigo ser quando você está.
Não abro os olhos, não pinto detalhes, não escapo entre os dedos nem rabisco meus sonhos transfigurados em dor.
Não anseio figuras, não crio conversas, não espanto os mosquitos, não cutuco rasgões nos meus dedos de flor.
Não imagino mais casas, não nado na chuva, não abro casacos, não mudo de cor.
Não espero respostas, não encontro mais rosas, não fujo do vento, não choro aos moinhos nem esqueço o pavor.
Não pulo as calçadas, não quebro as vidraças, não leio os postes, não sinto o calor.
Não perco o meu lápis, não chego atrasada, não ligo a TV, não guardo rancor.
Não vejo as estrelas, não seco as roupas, não escuto a sirene, não tenho porquês, não simulo a vida...
mas tenho o mundo quando vejo você que me enche de amor
PHAN´T
Vêm os abraços
Vêm os olhares
Vêm os sorrisos
Vêm as lembranças
Que trazem imagens
Que vem com sentidos
Que acompanham tristezas
Que se unem a alegrias
Que chamam as lágrimas
Que trazem decisões
Que esquecem as dores
Que enfeitiçam os cabelos
Que se enroscam nos sonhos
Que vem com tudo de uma vez.
Trazendo angústias
Levando mágoas
Que criam dores
Que revivem lembranças
Que pedem abraços
Que trazem amor
Que não traz nada...
Vêm os olhares
Vêm os sorrisos
Vêm as lembranças
Que trazem imagens
Que vem com sentidos
Que acompanham tristezas
Que se unem a alegrias
Que chamam as lágrimas
Que trazem decisões
Que esquecem as dores
Que enfeitiçam os cabelos
Que se enroscam nos sonhos
Que vem com tudo de uma vez.
Trazendo angústias
Levando mágoas
Que criam dores
Que revivem lembranças
Que pedem abraços
Que trazem amor
Que não traz nada...
HOJE
Hoje não vou viver, vou definhar.
Hoje não quero a luz, vou apagar.
Hoje o mundo é roxo, não me importa a sua cor.
Não quero a sua fala no pé do meu ouvido.
Não quero lençóis, não quero toalhas
Não vejo a chuva
Não desejo seus olhos secos no meu vestido amassado.
Hoje não quero, hoje não sou.
Não tenho a certeza.
Não quero o som do vento, do sorriso e da gargalhada.
Não fico nas pontas dos pés, não anseio lugares e não crio esperanças nas palavras que usou.
Não fecho as portas, não me prendo a detalhes, não espirro na rua e não conto
Histórias que o tempo montou.
Hoje não pulo a sacada, não vejo novela, não peço licença, não sei quem eu sou.
Despeço-me do vento, do sorriso, das portas, da luz, das palavras, dos lençóis, do vestido, dos olhos e da cor.
Hoje não, sem você.
Amanhã sim, tudo isso. Mas apenas se você me disser: o mundo é roxo.
Hoje não quero a luz, vou apagar.
Hoje o mundo é roxo, não me importa a sua cor.
Não quero a sua fala no pé do meu ouvido.
Não quero lençóis, não quero toalhas
Não vejo a chuva
Não desejo seus olhos secos no meu vestido amassado.
Hoje não quero, hoje não sou.
Não tenho a certeza.
Não quero o som do vento, do sorriso e da gargalhada.
Não fico nas pontas dos pés, não anseio lugares e não crio esperanças nas palavras que usou.
Não fecho as portas, não me prendo a detalhes, não espirro na rua e não conto
Histórias que o tempo montou.
Hoje não pulo a sacada, não vejo novela, não peço licença, não sei quem eu sou.
Despeço-me do vento, do sorriso, das portas, da luz, das palavras, dos lençóis, do vestido, dos olhos e da cor.
Hoje não, sem você.
Amanhã sim, tudo isso. Mas apenas se você me disser: o mundo é roxo.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
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