sexta-feira, 26 de novembro de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Enfim...

Foi naquele banco que a memória voltou.
Visitou o que sobrou de mim e fez descaso, sabendo que iria deixar-me. De novo. Foi naquele banco que vi as coisas passarem, da esquerda para a direita e rápido, como minha própria vida.
Foi naquele banco que a luz surpreendeu, mas avisou-me: se vier, perderá. E como eu queria perder, só para poder ir mais adiante, sem pautas, deveres, olhos ou chuva.
Que chuva ? Nada durou. Nem o tempo, os papéis, passos ou até mesmo o grito calado e o sorriso escasso.
Pouco restou naquele banco prometendo a salvação, e devorando páginas duplas de lenços com lágrimas ocas ela seguia, esperando encontrar-se no reflexo do arco-íris que não chegaria, não com as cores certas.
Agora sei que a poeira sempre esconde o sorriso que desenho sob os móveis... Lá, onde as baratas dormem, já houve certa felicidade.
Foi assim que, tentando descobrir, desisti sabendo que nada tinha pra encontrar.

PaRaLeLoS