Visitou o que sobrou de mim e fez descaso, sabendo que iria deixar-me. De novo. Foi naquele banco que vi as coisas passarem, da esquerda para a direita e rápido, como minha própria vida.
Foi naquele banco que a luz surpreendeu, mas avisou-me: se vier, perderá. E como eu queria perder, só para poder ir mais adiante, sem pautas, deveres, olhos ou chuva.
Que chuva ? Nada durou. Nem o tempo, os papéis, passos ou até mesmo o grito calado e o sorriso escasso.
Pouco restou naquele banco prometendo a salvação, e devorando páginas duplas de lenços com lágrimas ocas ela seguia, esperando encontrar-se no reflexo do arco-íris que não chegaria, não com as cores certas.
Agora sei que a poeira sempre esconde o sorriso que desenho sob os móveis... Lá, onde as baratas dormem, já houve certa felicidade.
Foi assim que, tentando descobrir, desisti sabendo que nada tinha pra encontrar.
Bonito texto. Descaso do tempo, mas por ora, deu - te estas palavras cruas e reais. Desfigurou tal sentimento feito um coração partido jogado ao léu..Sentimento de uma perda que nenhum tempo é capaz de faze - la recomeçar.
ResponderExcluirParabéns.