sexta-feira, 14 de setembro de 2012

HOJE

Hoje não vou viver, vou definhar.
Hoje não quero a luz, vou apagar.

Hoje o mundo é roxo, não me importa a sua cor.

Não quero a sua fala no pé do meu ouvido.

Não quero lençóis, não quero toalhas

Não vejo a chuva

Não desejo seus olhos secos no meu vestido amassado.

Hoje não quero, hoje não sou.

Não tenho a certeza.

Não quero o som do vento, do sorriso e da gargalhada.

Não fico nas pontas dos pés, não anseio lugares e não crio esperanças nas palavras que usou.

Não fecho as portas, não me prendo a detalhes, não espirro na rua e não conto

Histórias que o tempo montou.

Hoje não pulo a sacada, não vejo novela, não peço licença, não sei quem eu sou.

Despeço-me do vento, do sorriso, das portas, da luz, das palavras, dos lençóis, do vestido, dos olhos e da cor.

Hoje não, sem você.

Amanhã sim, tudo isso. Mas apenas se você me disser: o mundo é roxo.



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